Salinas

 

Localizadas integralmente dentro da Reserva Natural, as nossas salinas garantem um ambiente isento de poluição, em plena harmonia com a natureza.

Com 2000 hectares, a Reserva Natural coabita em simbiose com a produção de Sal Marinho Tradicional, contribuindo esta de forma decisiva para a manutenção de um ecossistema terrestre e aquático de elevada biodiversidade: aves, animais marinhos, flora e ocupação humana em pleno equilíbrio. Os diversos estatutos internacionais de protecção atribuídos a esta Reserva Natural atestam a sua qualidade ambiental:

 

  • Zona Húmida de Importância Internacional (Convenção de Ramsar)
  • Zona de Protecção Especial (Directiva Aves)
  • Rede Natura 2000 (Directiva Habitats)

O sal é produzido em Castro Marim há quase 2000 anos, introduzido pelos Romanos que aqui produziam o famoso Garum.

A estrutura produtiva manteve-se ao longo dos séculos, numa área geográfica inalterada, envolvendo a vila. Castro Marim mantém a maior comunidade portuguesa de salinicultores artesanais, factor distintivo e garante da preservação dos métodos tradicionais. Uma cultura mantida por homens em exploração das mesmas salinas, conhecendo como ninguém a água, as marés, a argila, o sol e o vento fontes do seu sal.

A água proveniente do estuário do rio Guadiana ao ritmo das marés, entra terra adentro pelos esteiros (braços de rio), inundando as terras de argila do sapal. O marnoto (o que governa a salina), nas marés vivas abre a comporta da salina enchendo o viveiro (reservatório de agua escavado na argila) de águas frias.

Passo a passo, o marnoto faz a água circular dos viveiros de águas frias para os de água quentes, por gravidade e em momentos correctos, fazendo a água estagiar durante dias, decantando-a naturalmente e aumentando gradualmente, por evaporação, a salinidade da água. No fim deste ciclo de governo das águas o marnoto leva pequenas quantidades desta água já saturada de sal aos talhos, pequenas “piscinas” rectangulares escavadas na argila, de onde a Flor de Sal é colhida com o coador e onde o sal se precipitará ao fim de poucos dias. O marnoto usa então o rodo (instrumento de madeira) para puxar o sal para fora do talho, num processo cuidado e ritual, onde a sua experiência é essencial para separar o sal branco da argila negra do fundo. O sal e a Flor do Sal são então secas ao sol e ao vento antes de serem embaladas, prontas para consumo.

Em todo este processo, não são usadas máquinas, nem ferros, nem combustíveis, nem químicos! Não são produzidos resíduos, não existem desperdícios! Somente ferramentas e instrumentos de madeira e materiais equivalentes, a força do homem e da natureza.